MANO MENEZES, A SAÍDA INEVITÁVEL
Era inevitável. Já se passou mais de metade de 2023 e o Inter ainda não apresentou um futebol consistente sob o comando de Mano Menezes. Nos últimos tempos, o técnico parecia mais preocupado em alfinetar torcedores, jornalistas e adversários do que em recuperar o time e salvar a temporada.
O treinador assumiu o colorado em uma situação delicada em 2022 e conseguiu fazer uma campanha bem positiva no Brasileirão, com o vice-campeonato e a melhor pontuação do clube nos pontos corridos com vinte clubes. Mas já ali foi eliminado pelo Melgar na Copa Sul-Americana e apresentou oscilações de rendimento. Em 2023, em vez de consolidar o trabalho, o técnico foi incapaz de fazer o time render de forma decente. De uma defesa sólida passou a um time que leva gol em quase todos os jogos. De um meio-campo intenso e rápido na criação, passou a um que não dá qualquer ajuda para a zaga e que depende de lampejos individuais para criar. De um ataque efetivo passamos a ter um que quase não marca gols, sendo o terceiro pior da atual edição do Brasileirão. Perdemos vários jogos consecutivos por dois gols de diferença em certo momento do ano e depois entramos em uma sequência invicta sofrendo contra vários times muito ruins e enganando uma porção de gente. Esta sequência alongou o trabalho de Mano até o dia de ontem. Mas não o salvou.
Já é 18 de julho e o Inter não dá uma demonstração de que vá recuperar o futebol que jogou em 2022. Apresenta os mesmos defeitos coletivos desde o primeiro jogo do ano. Em 38 partidas, pouquíssimo de evolução. Zero de esperança. Caímos no Gauchão para um time do interior, o Caxias, da Série D, algo que nem Argel Fucks, Cacique Medina ou Miguel Ángel Ramírez conseguiram. Isto jogando o estadual inteiro com time titular, sem conseguir revelar jovens da base, algo tão prometido pelo clube nos últimos anos e que teria sido essencial para fortalecer o elenco. Caímos na Copa do Brasil para o América Mineiro, acumulando mais um ano consecutivo de fiasco na competição nacional. No Brasileirão, campanha irregular, 11ª posição, um dos piores ataques, piores em número de finalização, piores em chances de gol.
A saída de Mano Menezes já se fazia necessária e é a última aposta para que o Inter ainda possa competir por algo grande em 2023.