COM RESERVAS E EM RITMO DE TREINO, INTER VENCE O OITAVO JOGO SEGUIDO
Mesmo com time reserva, o Internacional derrotou o Juventude por 2 a 1 dentro do Alfredo Jaconi pela última rodada da fase inicial do Gauchão. Em ritmo de treino, o colorado não precisou de grande sacrifício para bater o instável alviverde de Roger Machado. A derrota tirou o Papo do G4 do Gauchão, inclusive.
O começo de jogo deixou a impressão de que o Juventude poderia ser competitivo e se impor diante dos reservas do Internacional. O colorado até tomou a iniciativa da partida com a posse de bola, porém não conseguiu ser criativo pela falta de conexão entre os zagueiros e os jogadores ofensivos. Rômulo não começou bem. O Ju, por sua vez, se permitiu marcar um pouco mais adiantado. Sem grande volume numérico e combatividade, mas presente, bloqueando linhas de passe. E o Papo conseguiu alguns contra-ataques, sempre buscando as beiradas, seja com as diagonais de Erick Farias pela esquerda ou as dobras para chegar ao fundo e cruzar pela direita. Teve algumas jogadas de perigo, mas nenhuma chance realmente clara e parou em Anthoni. A empolgação do Juventude foi mais pelo anímico que pelo rendimento em si.
E para esfriar a postura do Papo, o Inter abriu o placar do jogo logo em seu primeiro bom ataque, aos 24 minutos. O Juventude se espaçou em seu 4–4–2 defensivo ao tentar sair para matar mais uma jogada colorada na intermediária. Rômulo, pela primeira vez, superou esse combate e acertou um passe vertical. Bruno Gomes recebeu, acionou Lucca e este tocou para Hyoran finalizar após diagonal. O camisa 7 do Inter contou com a sorte em um desvio na zaga e marcou seu primeiro gol pelo colorado. Um lampejo e o jogo mudou totalmente de rumos. Três jogadores livres nas entrelinhas por um descuido do Ju. Até com os reservas a diferença técnica pesou para o lado vermelho.
No restante da etapa inicial, o Juventude demonstrou nervosismo e o Inter controlou com naturalidade. O colorado aumentou um pouco sua intensidade na marcação e desarmou o alviverde já na saída de bola por algumas vezes, mas não aproveitou disso para ampliar o placar por detalhes no acabamento das jogadas. O Ju, por consequência não teve uma transição qualificada da defesa para o ataque. Não conseguiu se movimentar para não sofrer com a pressão colorada e ainda encaixar jogadas ofensivas. Precisou forçar lançamentos. Teve pouco acerto. Viveu de alguns cruzamentos de longe da área, sem forte presença dentro dela. Somente em bolas paradas exigiu novamente de Anthoni, que seguiu praticando boas defesas. Inter foi com o 1 a 0 de vantagem ao intervalo.
O começo de segundo tempo foi o único momento em que o jogo deixou de ser morno e foi eletrizante. Logo no primeiro minuto, aos 24 segundos, o Inter já ampliou o placar. Gustavo Prado, mostrando personalidade desde o início, foi acionado por Bruno Gomes e levou até o fundo para cruzar e Wesley chegar cabeceando de frente. O ex-jogador de Cruzeiro e Palmeiras marcou seu primeiro gol com a camisa colorada. E apenas cinco minutos depois, o Juventude descontou no placar para se manter ainda vivo no jogo. Em sobra de escanteio, Jádson chutou de fora da área, a bola desviou em Vitão e foi parar dentro do gol sem chances para Anthoni. E no lance prévio ao gol, uma bola cruzada já havia sido lance de perigo para o Papo, mas o goleiro colorado fez outra boa defesa.
Os dez minutos seguintes ao gol de desconto deram mais uma vez a impressão de que o Juventude poderia salvar a tarde dele. O Inter acentuou seu ritmo de treino e ficou menos com a bola que seu padrão, deixando o adversário gostar de jogo. Não teve combatividade sem a posse. Mas de novo o momento do Papo foi mais anímico que tático ou técnico. Apesar de conseguir ter a bola e chegar ao ataque, o time de Roger Machado seguiu vivendo de cruzamentos frontais. Não tinha nem mais jogadas individuais, sem Erick Farias. Levou perigo em algumas bolas paradas, mas não achou o empate. Não fez por onde.
O jogo voltou para o controle absoluto do Inter quando Lucho González fez substituições. O auxiliar técnico colorado colocou mais titulares em campo e o time voltou a ter retenção de bola no meio-campo. Menos passes errados e mais marcação, mais fôlego. Até mesmo a criatividade vermelha voltou, explorando com combinações os espaços cedidos pelo Juventude, que já jogava em um 4–3–3 bagunçado após as mudanças desesperadas de Roger Machado. O Papo apenas se expôs e viveu de bolas paradas, sem qualquer dinâmica, apenas esperança de que Nenê achasse uma jogada genial. O colorado se defendeu com tranquilidade e apenas não ampliou porque errou muitos passes perto da área em jogadas que chegou a ter superioridade numérica em relação a zaga adversária. Mas a vitória vermelha foi assegurada.
O Internacional encerra a fase de grupos do Gauchão com a sétima vitória seguida no estadual, a oitava no geral. A liderança com 28 pontos é uma das melhores em termos de aproveitamento da história do campeonato. E precisou apenas de lampejos dos reservas para derrotar um adversário de Série A. O colorado jogou em ritmo de treino, sem grande velocidade e combatividade, e mesmo assim envolveu um instável Juventude. O time de Roger Machado chegou a cinco jogos sem vencer, duas derrotas consecutivas. Não consegue render, vive apenas de jogadas individuais e cruzamentos, com uma defesa que se esburaca muito facilmente. Com mais este revés, saiu do G4 e terá de jogar as quartas de final do Gauchão fora de casa, precisando vencer para avançar. Momento complicado.
JUVENTUDE: O Juventude não foi competente para vencer o time reserva do Internacional, que jogou em ritmo de treino. A defesa jaconera esteve muito exposta e o ataque viveu de cruzamentos e jogadas individuais, sem quase nada de dinâmica coletiva. Cinco jogos sem vencer, duas derrotas seguidas. O Papo termina a primeira fase do Gauchão em quinto após ter sido terceiro na grande maioria do tempo. Com isso, terá de jogar fora de casa nas quartas de final contra o Guarany de Bagé, que ainda terá vantagem do empate. Fase ruim alviverde.
INTER: O time reserva do Inter aprendeu a vencer. Passou muito tempo sem ganhar e agora já buscou duas vitórias fora de casa no Gauchão, a de hoje contra um time de Série A do Brasileirão, o Juventude. E em ritmo de treino. Sem uma grande combatividade e velocidade nos passes. Ganhou na base da cadência e dos lampejos. E mereceu porque realmente controlou o adversário e criou mais. Ainda que Anthoni, finalmente bem, tenha sido decisivo porque a defesa colorada deu brechas ao rival com sua marcação passiva. O Inter encerra a fase inicial do estadual com 28 pontos, 84% de aproveitamento, sete vitórias seguidas (oito somando a da Copa do Brasil). Primeiro lugar com sobras. Enfrentará o São Luiz de Ijuí nas quartas de final, no Beira-Rio, precisando apenas empatar para avançar.
ARBITRAGEM: Daniel Nobre Bins mostrou porque é VAR e não árbitro de campo. Ignorou muitas faltas duras e até inventou cartões em consequência disso. Foi tão mal tecnicamente que perdeu até o controle emocional do jogo, gerando confusões em uma partida de andamento morno. Ao menos não interferiu diretamente no resultado com seus erros.
FICHA TÉCNICA:
🗒️ JUVENTUDE: Lucas Wingert; João Lucas, Zé Marcos, Danilo Boza e Alan Ruschel; Jádson, Luís Oyama (Lucas Barbosa), Jean Carlos (Nenê), Mandaca (Edson Carioca) e Erick Farias (Kleiton); Gilberto (Rildo). Técnico: Roger Machado.
🗒️ INTER: Anthoni; Bustos (Aránguiz), Vitão, Igor Gomes e Robert Renan; Rômulo, Bruno Gomes (Renê), Gustavo Prado (Bruno Henrique) e Wesley (Alan Patrick); Hyoran (Wanderson) e Lucca. Técnico: Eduardo Coudet.
⚽ Gols: Jádson (Juventude) | Hyoran e Wesley (Inter)
👟 Assistências: Lucca e Gustavo Prado (Inter)
🟡 Cartões amarelos: João Lucas e Zé Marcos (Juventude) | Alan Patrick (Inter)
🔴 Cartões vermelhos: ❌
👨⚖️ Árbitro: Daniel Nobre Bins (Rio Grande do Sul)
🏟️ Local: Estádio Alfredo Jaconi, Caxias do Sul-RS
